O templo de Óros

Como boa parte de minhas histórias, esta também surgiu de um sonho que ocorreu em 2003. Mudou bastante desde que eu comecei a trabalhar nela. Considero essa uma das histórias mais difíceis e percebo que é uma dessas histórias em que é preciso ser mais velho e ter uma visão mais ampla de mundo para que ela se concretize como deve ser. Senti vontade esses dias de retomá-la e estou novamente reestruturando e reescrevendo como sempre faço. Para os curiosos segue a transcrição do sonho (é eu anoto meus sonhos, tem louco pra tudo nessa vida). Mas são spoilers de uma história ainda não montada rs. Leia por sua própria conta e risco.

"Em uma estrada de terra um rapaz olha adiante para uma cidade que aparece no horizonte com suas montanhas perfuradas por janelas e portas pois as pessoas que vivem em Òros, moram em cavernas. Ele olha para o papel em suas mãos ainda sem compreender como é que recebeu aquele chamado para se tornar um mentor para o príncipe. O rei de Òros é uma coisa disforme, um homem sem braços e sem pernas metido em ricos tecidos depositado sob uma confortável poltrona com criadas e servos à sua volta sempre atentos a todas as suas necessidades. Existia os coçadores, os alimentadores, os que ficavam atentos à suas necessidades fisiológicas. Era difícil compreender a função de cada um daqueles que o rodeavam mas ele era ricamente tratado. O rei queria que eu ensinasse ao seu filho o que significava ser humano."

Em 2007 tive outro sonho com este universo:
"A rainha leva o professor para um tipo de porão onde as janelas que ficavam no alto davam para uma rua movimentada. Aquilo parecia ser um ponto de ônibus. Acompanhada de mais duas moças, uma delas podia ser sua filha ou não. Ela pediu silêncio pois iria iniciar o oráculo. Não lembro as predições mas elas foram montadas de acordo com os trechos de conversas que iam sendo ouvidos da rua e a rainha ia anotando o que ouvia em um papel de textura delicada com uma caneta bico de pena que de vez em quando molhava em um tinteiro."


Novamente em 2011 tenho anotado outro sonho com essa história:
"O lugar era abandonado, como uma fábrica velha com vários equipamentos espalhados aqui e ali. No alto de um deles surgiu um cão negro e em volta vários outros. Comecei a correr. A filha do rei me salva. Informa que aquilo foi armado por aqueles que não querem que o príncipe desista de se tornar o novo senhor de Óros. Na biblioteca o príncipe está sentado sem a prótese em sua perna ouvindo as palavras ásperas de seu mentor, um velho careca com cara de ave de rapina. Ali eu compreendo que se ele aceitar o posto irá passar por uma cirurgia que irá lhe amputar os dois braços e a perna restante."

Perdoem se aparece as vezes eu e as vezes ele. Tem vezes que eu pareço só ser uma observadora distante nesses sonhos. E às vezes eu incorporo um dos personagens. Marquei aqui como estão em minhas anotações. Eu tive recentemente um novo sonho com essa história por isso voltei a pensar nela. Isso aconteceu semana passada.
"Tudo estava pegando fogo e eu carregava o garoto sem uma perna em minhas costas. A saída apareceu adiante, pulei entre as chamas e avancei. Iriamos conseguir (não sei o que). Mas a dois passos da porta ele se desvencilhou de mim e pulou para o chão. Outros apareceram e me empurraram para fora. Apenas tive tempo de ver o rosto dele me encarando com um ar malicioso enquanto a porta de fechava. Fiquei ali berrando. Tinha perdido tudo ele tinha me enganado."

Bem, é assim. Voltei a escrever novamente essa história até esgotar essa nova ideia. Não sei se será o suficiente para montá-la por completo. Se for vamos ter novo livro. Senão volta pro baú de ideias. Rs. 

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